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As Mulheres na Dança


Sabemos que a dança faz parte da história da própria humanidade e que é uma das formas de expressões presentes na vida de qualquer pessoa – desde criança dançamos, antes mesmo de andar, falar, cantar.


Porém é notório o papel da mulher na dança mais sistematizada, seja ela nas antigas civilizações, como parte de seus rituais religiosos ou sociais, ou nas cortes europeias.


Pinturas rupestres datadas de 6000 a.C. mostram cenas de mulheres dançando. Exemplos podem ser vistos na Gruta Addauta perto de Palermo e na Roca dels Moros, na Catalunha. No Egito Antigo, as mulheres realizavam danças rituais para cerimônias religiosas, por exemplo.


Mas foi durante o reinado de Luís XIV (1643–1715) que foram lançadas as bases para o que ficou conhecido como ballet. Quando o ballet surge como arte presente nas cortes, os papéis principais eram dos homens. Mas, em 1681, uma jovem conhecida como Mademoiselle De Lafontaine dançou em Le Triomphe de l'Amour. Ela é conhecida como a primeira bailarina profissional da História.


Depois dela, outros nomes de bailarinas começaram a surgir, como Marie-Thérèse de Subligny, Françoise Prévost, Marie Camargo, Marie Sallé, Marie-Madeleine Guimard.


No século 18, com a chegada do ballet romântico, as mulheres bailarinas começaram a ser vistas de verdade como as grandes estrelas dos espetáculos. A maior delas, Marie Taglioni, até hoje é tida como a primeira bailarina a subir nas pontas dos pés. O protagonismo feminino no ballet era tamanho que, em 1845, o ballet Grand Pas de Quatre foi criado com exclusividade para os quatro maiores nomes da dança da época: Marie Taglioni, Carlotta Grisi, Fanny Cerrito e Lucile Grahn.

Bailarinas cada vez mais famosas e bem treinadas, muitas europeias foram convidadas a dançar na Rússia, contribuindo para o apogeu do ballet neste país. Destacam-se Virginia Zucchi, Pierina Legnani e Carlotta Brianza.


É a época de criações fantásticas de Marius Petipa no Teatro Mariinsky em São Petersburgo, e com muitas protagonistas femininas que conhecemos até hoje: Odette, Kitry, La Esmeralda, Raymonda, Aurora... Todas mulheres heroínas, cada uma a seu modo, que inspiraram e continuam a inspirar gerações.


O século 20 marca uma mudança significativa na história da dança. Novos coreógrafos (ainda predominantemente homens), novos compositores e bailarinos uniram-se nos Ballets Russes de Sergei Diaghilev. Sem dúvida nenhuma, a maior estrela da época é Anna Pavlova (1881–1931), que ganhou fama ao dançar A Morte do Cisne.



Os Ballets Russes de Diaghlev popularizaram a dança em turnês por diversos países. Podemos destacar a importância da bailarina Ninette de Valois (1898-2001) que passou três anos com os Ballets Russes e depois criou, em Londres o Vic-Wells Ballet (mais tarde se tornando o Royal Ballet).


Dez anos depois, Margot Fonteyn (1919–1991) destaca-se na Inglaterra, sendo nomeada Ballerina Assoluta pelo Royal Ballet. E Alicia Alonso (1920 – 2019) destaca-se do outro lado do continente: iniciou os seus estudos em Havana, posteriormente se formou na School of American Ballet de Nova York. E foi a criadora do Ballet Nacional de Cuba.


Os estilos modernos de dança foram liderados por mulheres: Isadora Duncan (1877–1927), Martha Graham (1894–1991) e Pina Bausch (1940 – 2009) são algumas que precisamos lembrar. Todas elas pregavam uma dança livre, baseada nas experiências de vida dos bailarinos e em uma forma de expressão liberta de formas, mas cheia de personalidade.



Hoje temos grandes estrelas no mundo da dança. Como intérpretes, ainda existe um bom equilíbrio entre homens e mulheres: Svetlana Zakharova, Marianela Nunez, Misty Copeland, entre outras, são os nomes da nossa geração.


E no Brasil? São muitos os nomes a serem celebrados. Temos aqui mulheres que fizeram e continuam fazendo história no mundo da dança, como Ana Botafogo, Marcia Haydée, Ingrid Silva, Deborah Colker, Toshie Kobayashi, Neyde Rossi, Marika Gidali, Amanda Gomes, Claudia Mota... são tantas e merecem um capítulo à parte.





Nesta semana dedicada à mulher, reserve um tempo para conhecer cada uma delas. É preciso valorizar e reconhecer a mulher que faz arte em nosso país.


A dança vem se desenvolvendo com o tempo e sempre tivemos a presença feminina em todos os seus marcos importantes. É como se esta arte acolhesse, desde sempre, a mulher e suas possibilidades de criar, interpretar e de ser livre.


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